Estudo alerta que capim-meloso pode aumentar ocorrência de incêndios em vegetações do cerrado
Os casos são especialmente na Serra do Cipó, onde ele foi registrado em abundância. A grama, que é atrativa visualmente, também é encontrada em grandes cidades e eleva o risco de incêndios de difícil controle Uma espécie de capim originária da África pode estar favorecendo a propagação de incêndios florestais na Serra do Cipó, na região metropolitana de Belo Horizonte. Um estudo do Centro de Conhecimento em Biodiversidade do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) da UFMG, mostra que a presença do capim-meloso na Serra do Cipó e nos arredores tem provocado alterações drásticas nos ciclos do solo, dominado áreas naturais com densa biomassa seca e intensificado o chamado ciclo fogo-capim, em que o fogo estimula o crescimento da espécie e dificulta a regeneração de plantas nativas. Segundo uma pesquisadora do estudo, a doutora em ecologia e conservação da biodiversidade, Débora Lima, o capim-meloso foi introduzido no Brasil no século 19 para a recomposição de pastagens e recuperação e de áreas degradadas, por exemplo, por mineração. A espécie se adaptou bem ao solo e ao clima da região da Serra do Cipó, não encontrou predadores e foi se reproduzindo descontroladamente, a ponto de substituir a grama nativa do local e se tornar uma das principais invasoras do Cerrado. A pesquisadora conta que, como a reprodução da grama é muito acelerada, caso uma fagulha comece no mato próximo a uma rodovia, por exemplo, a chance de se espalhar para a área de vegetação densa é muito maior do que se no local, estivesse o capim nativo. 'O fogo vai alastrar de forma muito rápida, porque esse capim gera bastante matéria orgânica para ser queimada. A inflorescência é altamente inflamável e o fogo vai se espalhar para outras áreas. Por exemplo, um incêndio pode ter começado na rodovia e esse fogo se alastrar até chegar ao Parque Nacional da Serra do Cipó' Débora diz ainda que o capim-meloso pode se espalhar para outros ecossistemas, aumentando o risco de incêndio em cada um deles. Ela afirma que é preciso tomar medidas de controle para prevenir que isso aconteça. 'Deve-se fazer levantamento de campo atualizado para detectar a ocorrência dessa espécie, programas de conscientização da população. Nós sugerimos também o controle mecânico por meio de remoção, e esse controle tem que ser muito bem feito para que não haja dispersão acidental das sementes pelo fogo'. O capim meloso também tem sido utilizado como parte do paisagismo em jardins de edifícios e canteiros em grandes cidades, como Belo Horizonte. O estudo alerta que apesar de atrativa visualmente, a grama leva vários riscos, já que é uma espécie exótica sem controle natural. Em agosto, o Corpo de Bombeiros atuou em, pelo menos, duas grandes ocorrências de incêndio na Serra do Cipó. Entre os dias 2 e 6, os focos se concentraram em regiões de campo rupestre, brejos e nascentes, próximas ao Parque Nacional da Serra do Cipó e ao Parque Estadual da Serra do Intendente. 120 hectares de vegetação foram queimados. Logo em seguida, entre os dias 14 e 16, os militares trabalharam no combate às chamas na região de São José da Serra, distrito de Jaboticatubas, que fica no entorno da Serra da Cipó. As labaredas atingiram espécies raras da região de cerrado, mata e afloramento rochoso.

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Os casos são especialmente na Serra do Cipó, onde ele foi registrado em abundância. A grama, que é atrativa visualmente, também é encontrada em grandes cidades e eleva o risco de incêndios de difícil controle Uma espécie de capim originária da África pode estar favorecendo a propagação de incêndios florestais na Serra do Cipó, na região metropolitana de Belo Horizonte. Um estudo do Centro de Conhecimento em Biodiversidade do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) da UFMG, mostra que a presença do capim-meloso na Serra do Cipó e nos arredores tem provocado alterações drásticas nos ciclos do solo, dominado áreas naturais com densa biomassa seca e intensificado o chamado ciclo fogo-capim, em que o fogo estimula o crescimento da espécie e dificulta a regeneração de plantas nativas. Segundo uma pesquisadora do estudo, a doutora em ecologia e conservação da biodiversidade, Débora Lima, o capim-meloso foi introduzido no Brasil no século 19 para a recomposição de pastagens e recuperação e de áreas degradadas, por exemplo, por mineração. A espécie se adaptou bem ao solo e ao clima da região da Serra do Cipó, não encontrou predadores e foi se reproduzindo descontroladamente, a ponto de substituir a grama nativa do local e se tornar uma das principais invasoras do Cerrado. A pesquisadora conta que, como a reprodução da grama é muito acelerada, caso uma fagulha comece no mato próximo a uma rodovia, por exemplo, a chance de se espalhar para a área de vegetação densa é muito maior do que se no local, estivesse o capim nativo. 'O fogo vai alastrar de forma muito rápida, porque esse capim gera bastante matéria orgânica para ser queimada. A inflorescência é altamente inflamável e o fogo vai se espalhar para outras áreas. Por exemplo, um incêndio pode ter começado na rodovia e esse fogo se alastrar até chegar ao Parque Nacional da Serra do Cipó' Débora diz ainda que o capim-meloso pode se espalhar para outros ecossistemas, aumentando o risco de incêndio em cada um deles. Ela afirma que é preciso tomar medidas de controle para prevenir que isso aconteça. 'Deve-se fazer levantamento de campo atualizado para detectar a ocorrência dessa espécie, programas de conscientização da população. Nós sugerimos também o controle mecânico por meio de remoção, e esse controle tem que ser muito bem feito para que não haja dispersão acidental das sementes pelo fogo'. O capim meloso também tem sido utilizado como parte do paisagismo em jardins de edifícios e canteiros em grandes cidades, como Belo Horizonte. O estudo alerta que apesar de atrativa visualmente, a grama leva vários riscos, já que é uma espécie exótica sem controle natural. Em agosto, o Corpo de Bombeiros atuou em, pelo menos, duas grandes ocorrências de incêndio na Serra do Cipó. Entre os dias 2 e 6, os focos se concentraram em regiões de campo rupestre, brejos e nascentes, próximas ao Parque Nacional da Serra do Cipó e ao Parque Estadual da Serra do Intendente. 120 hectares de vegetação foram queimados. Logo em seguida, entre os dias 14 e 16, os militares trabalharam no combate às chamas na região de São José da Serra, distrito de Jaboticatubas, que fica no entorno da Serra da Cipó. As labaredas atingiram espécies raras da região de cerrado, mata e afloramento rochoso.
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