'É um filme sobre a mulher que quer voar', diz Gabriel Mascaro, diretor de 'O Último Azul'

O cineasta Gabriel Mascaro, diretor de O Último Azul, vencedor do Urso de Prata do Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim e finalista na seleção brasileira para o Oscar, é o entrevistado desta sexta-feira (12) no Fim de Expediente. Ouça a entrevista. Em entrevista ao Fim de Expediente, o diretor Gabriel Mascaro, de O Último Azul, vencedor do Urso de Prata do Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim e finalista na seleção brasileira para o Oscar, falou sobre um dos temas centrais do longa: o envelhecimento. Diferente da maioria das obras que tratam da velhice como sinônimo de fim, nostalgia ou despedida, Mascaro decidiu abordar a experiência de envelhecer a partir do presente. “Tem pouquíssimos filmes no mundo sobre protagonistas idosos. Os poucos que têm, geralmente falam sobre a finitude da vida, sobre o idoso lidando com a morte, com a despedida, ou em nostalgia com o passado. E nunca era sobre o presente. Eu queria falar sobre o idoso no presente, sonhando, desejando, mostrando que é sempre tempo de se ressignificar à vida. (...) A gente nunca pergunta o que aquele corpo idoso quer. É como se ele não tivesse direito a dizer o seu desejo. O filme tenta responder de maneira muito honesta, muito sensível, e olhar para esse corpo idoso, feminino, que deseja, que sonha, que quer ser livre e que se reconecta com a vida promissora. É um filme sobre a mulher que quer voar.' Cena do filme "O Último Azul". Reprodução Em relação à escolha de Rodrigo Santoro para o elenco de 'O Último Azul', o pernambucano contou que já admirava o trabalho do ator desde 'Bicho de Sete Cabeças', que assistiu ainda antes de pensar em fazer cinema. Anos depois, ao ver Santoro declarar em entrevista que gostaria de trabalhar com ele, Mascaro retomou a ideia e fez o convite quando já tinha o roteiro em mãos. 'Um dia, ele assistiu o Boi Neon e deu uma entrevista. 'Quem você queria trabalhar para voltar para o Brasil?' 'Pô, eu queria trabalhar com o Gabriel Mascaro'. Aí eu guardei aquela reportagem, né? Um dia eu vou perguntar a ele se é verdade. Quando eu estava com esse roteiro, eu mandei para ele a reportagem. Isso aqui é verdade, meu irmão? Aí ele é, pô, vamos embora' Cena do filme brasileiro "O Último Azul", com Rodrigo Santoro Reprodução

'É um filme sobre a mulher que quer voar', diz Gabriel Mascaro, diretor de 'O Último Azul'

O cineasta Gabriel Mascaro, diretor de O Último Azul, vencedor do Urso de Prata do Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim e finalista na seleção brasileira para o Oscar, é o entrevistado desta sexta-feira (12) no Fim de Expediente. Ouça a entrevista. Em entrevista ao Fim de Expediente, o diretor Gabriel Mascaro, de O Último Azul, vencedor do Urso de Prata do Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim e finalista na seleção brasileira para o Oscar, falou sobre um dos temas centrais do longa: o envelhecimento. Diferente da maioria das obras que tratam da velhice como sinônimo de fim, nostalgia ou despedida, Mascaro decidiu abordar a experiência de envelhecer a partir do presente. “Tem pouquíssimos filmes no mundo sobre protagonistas idosos. Os poucos que têm, geralmente falam sobre a finitude da vida, sobre o idoso lidando com a morte, com a despedida, ou em nostalgia com o passado. E nunca era sobre o presente. Eu queria falar sobre o idoso no presente, sonhando, desejando, mostrando que é sempre tempo de se ressignificar à vida. (...) A gente nunca pergunta o que aquele corpo idoso quer. É como se ele não tivesse direito a dizer o seu desejo. O filme tenta responder de maneira muito honesta, muito sensível, e olhar para esse corpo idoso, feminino, que deseja, que sonha, que quer ser livre e que se reconecta com a vida promissora. É um filme sobre a mulher que quer voar.' Cena do filme "O Último Azul". Reprodução Em relação à escolha de Rodrigo Santoro para o elenco de 'O Último Azul', o pernambucano contou que já admirava o trabalho do ator desde 'Bicho de Sete Cabeças', que assistiu ainda antes de pensar em fazer cinema. Anos depois, ao ver Santoro declarar em entrevista que gostaria de trabalhar com ele, Mascaro retomou a ideia e fez o convite quando já tinha o roteiro em mãos. 'Um dia, ele assistiu o Boi Neon e deu uma entrevista. 'Quem você queria trabalhar para voltar para o Brasil?' 'Pô, eu queria trabalhar com o Gabriel Mascaro'. Aí eu guardei aquela reportagem, né? Um dia eu vou perguntar a ele se é verdade. Quando eu estava com esse roteiro, eu mandei para ele a reportagem. Isso aqui é verdade, meu irmão? Aí ele é, pô, vamos embora' Cena do filme brasileiro "O Último Azul", com Rodrigo Santoro Reprodução